quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

QUAL A NOSSA PREGAÇÃO (CULTO NA CPAD)


Chegando do culto matutino da CPAD, logo após ouvir a exposição do amigo, chefe do setor de Bíblias e Obras de Referências, Anderson Grangeão. 
Simplesmente ouvi e fui tocado pelo Evangelho (Mt 4.12-22). Se a nossa prática de evangelização e pregação não for o método ali exposto (cf. v.17) por Jesus de Nazaré, ele é distorcido e corrupto por natureza. 
Quatro pontos centrais da mensagem evangelizadora de Jesus:

1. "Arrependei-vos". Não há conversão sem arrependimento.
2. "Está próximo o Reino de Deus". Não é numa perspectiva temporal, mas espacial, geográfica. Está logo ali.
3. "A pregação de Jesus deve ser a nossa". Jesus pregou na tradição dos profetas, os apóstolos honrou esta mesma tradição profética. E nós?
4. "Vê e chamar pessoas". Antes de sermos pregadores, cantores, somos pessoas alcançadas por Jesus para olhar e chamar outras pessoas. Não reduzindo-as em boas contribuintes, de classes sociais abastadas. Mas considerando as pessoas carentes, marginalizadas e sofredoras.

Sinceramente, já ouvi alguns bons expositores, mas uma exposição bíblica, competente, lúcida e cheia de graça igual ao do meu amigo Anderson Grangeão, ainda não presenciei. De fato, foi uma manhã de riqueza com o Evangelho.

Ele e o meu amigo Pr. César Moisés, Chefe do Setor de Educação Cristã, igualmente amigo do irmão Anderson Grangeão, e também concorda sobre a singularidade da exposição do irmão Anderson, são as minhas duas grandes referências atuais de pregação.

Um abraço a eles,

Paz e Bem!

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

BRASIL: UM ESTADO POLICIAL

Olha, se o Brasil fosse um país sério, depois da entrevista de ontem do Romeu Tuma Jr., ex-secretário nacional de justiça do governo federal, autor do livro ASSASSINATO DE REPUTAÇÕES, no programa Roda Viva, na TV CULTURA, essa turma do governo federal seria destituída do governo e estariam todos presos. Mas o Brasil não é sério!
Quer entender a gravidade de um estado policial num suposto estado democrático e direito? Tire uma hora e meia da sua vida e assista esta entrevista. Você nunca verá uma entrevista dessa na tv aberta. É de estarrece:



sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Conheça um pouco do mundo editorial


Você quer conhecer um pouco sobre o mundo do mercado editorial? Veja alguns vídeos sobre o tema. Os recebi de William C. Cruz do blog Esboços e Rascunhos e Ensaios

Que tal começar pelo assunto que interessa a todos os compradores de livros: o preço. No Brasil, o preço do livro é justo? Como o preço final é calculado? Apesar do vídeo abaixo se referir ao mercado de obras, ditas, seculares; a mesma linha se aplica ao mercado religioso. 


Em seguida, Luciana Villas Boas, ex-Editora da Editora Record, aborda as seguintes questões: Por que a literatura brasileira não faz sucesso no exterior? - como a dos nossos vizinhos latinos americanos. O Agente Literário: uma profissão famosa no exterior, mas desconhecida dos brasileiros. Quando os interesses de vendas e marketing afetam a qualidade literária.


Depois, o trabalho da tradução de livros no Brasil é abordado. Aqui, dá para perceber a complexidade das traduções da Bíblia, embora o vídeo fale das obras seculares.


A questão dos escritores fantasmas é bem interessante. Você sabia que há indústrias de escritores anônimos que escrevem para pessoas famosas e até mesmo "escritores" famosos? Ah! Como há! Em todas as esferas, desde a religiosa até a política.


E, finalmente, como é o processo de impressão e de acabamento do livro?


Os vídeos estão em ordem mencionada acima. Então, assista e conheça um pouco do mundo editorial.

Paz e Bem!



(O preço do livro)




(Luciana Villas-Boas)


(Tradutores)


(Escritores Fantasmas)


(Como fazer livros?)



quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

ESTUDO PARA PROFESSORES DA ESCOLA DOMINICAL/REVISTA CPAD: UMA JORNADA DE FÉ - 1º TRI 2014

LIÇÃO 3
AS PRAGAS DIVINAS E AS PROPOSTAS ARDILOSAS DE FARAÓ



Aula elaborada para o estudo de professores de Escola Dominical das Assembleias de Deus: Ministério São João de Meriti. Presidida pelo pastor Edgar dos Santos Amorim.


INTRODUÇÃO 
A presente lição tem o objetivo de estudar as dez pragas do Egito e as propostas que Faraó fez a Moisés com o objetivo de demovê-lo da ideia de libertar os judeus da escravidão egípcia. Por isso, nesta oportunidade vamos Analisar as pragas deferidas contra Faraó e as propostas do imperador do Egito; Saber o quanto o inimigo das nossas almas persiste contra o povo de Deus; Discutir a última proposta de Faraó.

1. ESBOÇO DA LIÇÃO
A presente lição está esboçada assim:

INTRODUÇÃO
I. AS PRAGAS ENVIADAS E A PRIMEIRA PROPOSTA DE FARAÓ
1. Pragas atingem o Egito (Êx 7.19―12.33)
2. A primeira proposta (Êx 8.25)
II. FARAÓ NÃO DESISTE
1. A segunda proposta de Faraó (Êx 8.28)
2. A terceira proposta de Faraó (Êx 10.7)
III. A PROPOSTA FINAL DE FARAÓ
1. A situação caótica do Egito
2. A quarta e última proposta
CONCLUSÃO

2. ANALISANDO O ASSUNTO
2.1. As dez pragas, isto é, praga por praga:

  1. 7.14-25: água em sangue.
  2. 8:1-15: infestação das rãs.
  3. 8.16-19: insetos (ou piolhos).
  4. 8.20-32: infestação das moscas (com os hebreus sendo poupados [8.22]).
  5. 9.1-7: peste sobre o gado (com os hebreus sendo poupados [9.4,6]).
  6. 9.8-12: úlceras sobre homens e animais.
  7. 9.13-35: saraiva, trovões e raios (com exceção da área destinada aos hebreus [9.26]).
  8. 10.1-20: infestação de gafanhotos.
  9. 10.21-29: três dias de densas trevas.
  10. 11.1―12.36: morte dos primogênitos, tanto do povo como do gado (com exceção dos hebreus, caso se preparassem de forma correta [12.7,13]).[i]

2.2. Qual o propósito das pragas descritas nos capítulos 7 a 12 de Êxodo?     
      a) O Êxodo é o primeiro livro onde Deus se revela a um povo.
           b) A ideia não é de vingança, mas a de Deus se dar a conhecer para Faraó.
       c) Não apenas a Faraó, mas também ao povo de Israel. Ambos devem conhecer o Deus verdadeiro num contexto de Politeísmo – Adoração a vários deuses.
2.3. A função das pragas está relacionada às palavras de Faraó:[ii] “Mas ele disse: Quem é o Senhor, cuja voz eu ouvirei, para deixar ir Israel? Não conheço o Senhor, nem tampouco deixarei ir Israel” (5.2); A Bíblia Jerusalém diz: “Respondeu Faraó: Quem é Iahweh para que ouça a sua voz e deixe Israel partir? Não conheço Iahweh, e tampouco deixarei Israel partir. (os termos conhecer/saber podem ser encontrados em 6.7 [Israel]; 7.5; 7.17 [Faraó]; 8.10; 8.22; 9.14; 9.29; 10.2; 11.7; 14.4; 14.18).
2.4. Deus endureceu o coração de Faraó (4.21; 7.3; 7.14; 7.22; 8.19; etc...). Faraó teve por algum tempo controle sobe as suas escolhas (até a quinta praga - 7.22; 8.15; 8.19; 8.32; 9.7). Até a quinta praga o Senhor tenta sensibilizar Faraó para fazê-lo o conhecer e libertar o povo da escravidão. Mas a partir da sexta praga a expressão “Porém o Senhor endureceu o coração de Faraó” (10.20) revela Deus entregando Faraó a própria obstinação (cf. Rm 1.24,25). Sobre essa questão afirma o Dr. Walther Eichrodt: “O mais notável, entretanto, é que isso jamais conduziu a um determinismo absoluto, isentando o homem da responsabilidade por seus atos”.[iii] . A soberania divina interage com o livre-arbítrio humano, como afirma o rabino e filósofo inglês Jonathan Sacks, acerca das Escrituras: “arrependimento, oração e caridade revogam qualquer decreto”.[iv] Mas Faraó não se arrependeu!
2.5. As Propostas de Faraó. As propostas de Faraó para Moisés e as negociações para não libertar o povo hebreu envolvia a religião apesar de ela está na fase embrionária e a família. Ele tentou molestar Moisés nestas duas áreas.
a) A primeira proposta (8.25). Sacrifício no próprio Egito. Não no deserto (7.16).
b) A segunda proposta (8.28). Pode sacrificar: mas não pode se afastar do Egito.
c) A terceira proposta (10.7,10). Apenas os homens poderiam sacrificar. Não seria o encontro do povo com Deus. Mas apenas de alguns.
d) A quarta proposta (10.24). Ir sem os elementos para o sacrifício. Sem nada custar.

3. APLICAÇÃO
3.1. Deus quer ser conhecido pelo seu povo. Jesus de Nazaré é a mais perfeita revelação do Pai: “Quem me vê a mim vê o Pai” (Jo 14.8); “Porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse” (Cl 1.19). Conheça mais a Jesus!
3.2. Deus não busca vingança, violência; mas usa os elementos naturais para revelar ao Homem a verdade de que há um único e verdadeiro Deus (cf. Rm 1.18-32).
3.3. Ele espera que o Homem se arrependa dos seus pecados e reconheça-o como o Senhor da vida. E não olhe mais para trás (1 Co 5.17-19; Fp 3.13-15).
3.4. Resista os ardis do Inimigo através do sistema organizado do mundo moderno que se volta contra o amor Deus. Encha a sua mente e coração do Evangelho!
3.5. Tenha a disposição em adorar a Deus em Espírito e Verdade para além da vida religiosa, mas para a vida real e vivida no mundo (Rm 12.1; 1 Co 10.31).

CONCLUSÃO
O evento das pragas do Egito e as propostas de Faraó a Moisés nos revelam um Deus amoroso que trabalha pelo bem daqueles que encontram-se oprimidos, escravos e vítimas das mais absurdas injustiças. Deus ouve o clamor do injustiçado. E levanta pessoas com coração consternado, dispostas a defendê-lo e libertá-lo.


Marcelo de Oliveira e Oliveira é redator do Setor de Educação Cristã da Editora CPAD.
E-mail: marcelo.oliveira@cpad.com.br        




[i] HAMILTON, Vitor P. Manual do Pentateuco: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. 1.ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2006, p.181.
[ii] HAMILTON, 2006, p.179,80.
[iii] EICHRODT apud. HAMILTON, p.188.
[iv] Entrevista. Veja, São Paulo, 15 jan. 2014. p.18.

sábado, 11 de janeiro de 2014

Sobre a lista de Senadores divulgada pelo pastor Silas Malafaia a respeito do apensamento do PLC 122

Como cristão quero deixar claro que sou contra o aborto e o homossexualismo (mas respeito profundamente a pessoa sob a condição da homossexualidade), assim como também contra a corrupção, a manipulação eleitoral, a mentira, a ambição e a ganância do poder temporal. Igualmente, pecados contra o Criador e o Próximo.  

Há muito, converso com os mais próximos sobre o erro de elegermos um assunto como se fosse o mais importante de uma nação em tempos eleitorais. O Brasil, país de extensão continental e de estrutura política e econômica complexa, não pode ser discutido sob apenas um prisma ideológico. Mas algumas lideranças religiosas insistem priorizar o tema já nocauteado, o PLC 122. A partir de então, julgam-se no direito de determinar o voto evangélico apenas olhando a realidade sob o prisma do "valor moral evangélico" atual. Mas não entendo um valor que não tem o pudor de colocar a presidenta da república contra a parede, dando-lhe um xeque-mate: ou você suspende o Kit Gay das escolas ou votaremos a favor da CPI do Palocci - este foi o comportamento da Bancada Evangélica (veja aqui e aqui). Então, o homossexualismo é pecado, mas a corrupção não?

Em seu último programa, o pastor Silas Malafaia divulgou a lista dos senadores que votaram a favor e contra ao apensamento do PLC 122 ao projeto de reforma do novo código penal - PLS 236/2012 (para acessar a lista completa clique aqui). Mas devemos ressaltar que não se pode dizer que quem votou a "favor" ou "contra" ao apensamento, é de fato, a favor ou contra ao PLC 122. A proposta do apensamento é discutir o conceito de homofobia nessa reforma do código penal. Ou seja, quem conhece o cotidiano de uma discussão de projeto de lei no Congresso Nacional sabe que a verdadeira "guerra" sobre o tema ainda está por vir. O lobby naquela casa de leis é intenso e estressante. Não é para amadores.

O que me espanta é o tom eleitoral do senhor Silas Malafaia que adianta em aproximadamente 1 ano as eleições nacionais e estaduais. Sua aproximação com o Senador Lindberg Farias do PT do Rio de Janeiro demonstra a intenção de apoiá-lo na sucessão estadual - sabe-se que ele é brigado com ex-governador Anthony Garotinho desde a eleição de 2010, apoiar o vice-governador Pezão não convém, pois ele patina nas pesquisas e o Marcelo Crivela, muito menos, é sobrinho do Edir Macedo. Isto explica o destaque dado ao senador Lindberg no programa deste sábado.

Mais espantoso ainda é rotular figuras como as de Pedro Simon (PMDB/RS), Paulo Paim (PT/RS) e outros que têm uma história ilibada de serviço público prestado e, classificá-las, como pessoas não merecedoras do voto evangélico por causa das informações incompletas passadas por um programa de televisão. Comparar Pedro Simon com o ex-ministro do Transporte Alfredo Nascimento do PR/AM denunciado nacionalmente por corrupção em sua pasta, e posteriormente defenestrado pelo governo Dilma, é de uma injustiça despudorada. Isto aplica-se ao Eduardo Suplicy e a outros - aguarde o pronunciamento do bom de briga, o senador Roberto Requião (PMDB/PR), ex-governador do Paraná.

Falo com clareza: se eu votasse no estado do Rio Grande do Sul os meus candidatos ao senado federal seriam Pedro Simon e Paulo Paim. Votaria neles sem pestanejar.

Portanto, o que não pode acontecer é mais uma vez transformar essa sucessão eleitoral em moralismo. O Brasil tem temas mais urgentes e importantes para debater nos confrontos dos presidenciáveis e nas casas de leis. 

Sou evangélico e contra o PLC 122, mas discordo dessa prática político-eclesiástica que tem mais cheiro de poder político que preocupação com a família. Outrossim, esta prática tem trazido graves problemas para quem ainda evangeliza o público gay. 

Mais uma vez, nesse ano, veremos políticos invadindo as igrejas e as nossas reuniões ministeriais com o mesmo discurso. A cada ano tem de se eleger um novo inimigo. O desse ano: quem votou ou não contra o apensamento do PLC 122. Pense por si. Veja se essa prática política tem coerência com o Evangelho. Eu penso que não.

Paz e Bem! 

M.O.O.
Rio de Janeiro - RJ.
    


terça-feira, 24 de setembro de 2013

Por que eu choro?


Eu quero abrir o coração e chorar sem ter a minha espiritualidade questionada. Embora muitas vezes o choro possa significar tristeza; ele não é sinônimo de fraqueza, mas de humanidade. Choro porque sou humano. Choro porque sou "mundano" ― mundano, pois habito esse mundo.
Chorar é o extravasar da alma, pois esta não se contém diante das cascatas de sentimentos que desabrocham diante do sofrimento humano. Este invade o seu âmago. Ignorá-lo é anticristão, é antievangelho, é anti-humano! A miserabilidade humana deve refletir o quanto somos miseráveis. Uns ganham em cima dela. Outros perdem a sua vida por ela. Mas outros, simplesmente, são indiferentes a ela. Ser indiferente ao sofrimento do outro é estar em trevas. É estar em escuridão, é ter a alma pulsando amargura, ingratidão, desesperança e solidão. Isto é treva!
Quando penso o quanto sou impotente diante do sofrimento humano, angustio-me. Agonio-me pela sordidez dos políticos, pois através de um espírito público se poderia amenizar o sofrimento alheio, uma vez que eles, os políticos, têm o poder na mão. Aflijo-me pela ganância dos religiosos que usam e abusam da fé alheia para construírem para si um castelo de Narciso. Algumas vezes, odeio-me! A minha negligência apavora-me. Resigno-me rapidamente quando compreendo a minha impotência e limites. Isto reverbera em mim como uma bomba lançada em pleno meio-dia, no largo da Carioca, em plena movimentação, no centro da cidade do Rio de Janeiro. O efeito é devastador! Horrendo! Terrível! Desumano! Angustiante!
Mas quando olho para o encanto, a meiguice e a humanidade de Jesus de Nazaré, lembro-me que são "bem-aventurados os que choram". O meigo nazareno não titubeou; Ele chorou e, por um momento, sentiu a dor dilacerante de uma perda humana. Jesus de Nazaré sofre junto com a gente. Aqui, talvez, lembro-me que diante do sofrimento humano, não sou tão impotente assim. Ajuda Senhor a minha incapacidade de sensibilizar-me com o sofrimento do outro, como um dia Tu sensibilizou-se com o meu!


               


domingo, 28 de julho de 2013

CADÊ A JUVENTUDE "EVANGÉLICA"?



Ontem, domingo, assisti a reportagem sobre a preparação da Jornada Mundial da Juventude Católica no Fantástico. O evento promete ser algo muito salutar para um segmento religioso importante da história brasileira. Acho louvável que ressurja no Brasil um movimento de matriz juvenil, que denote a juventude brasileira, o incômodo da sua própria estagnação social.
A vinda de Bento XVI mostra o quanto a igreja romana vem dedicando grande atenção aos jovens. Desde a formação de sacerdotes joviais aos leigos da Igreja. Creio ser bem representativo para o jovem católico ouvir do seu pastor uma mensagem para a vida, o pensar e o testemunhar a fé cristã ― quem leu os documentos do Papa Bento XVI, embora discorde de suas posições dogmáticas, reconhece a extrema capacidade de um teólogo alemão: o pensar. A vida cotidiana de uma comunidade de fé remete para uma relevante ação conscientizadora de manifestar uma mensagem que faça sentido para vida daqueles rebentos que pensam e vivem a fé.
Dito isto, pergunto: “Cadê o movimento nacional da juventude ‘evangélica’?” Pasmo diante da pobreza de conteúdo ― intelectual, bíblico e espiritual ― de nossa juventude. A impressão que tenho é que os jovens contemporâneos da igreja resumem-se em fazer congressos, confraternizações e ensaios. Não! Os jovens são mais capazes que isso. Eles pensam, têm uma extrema capacidade de ler o mundo com os óculos de hoje. Neles, pelos menos para mim, está depositada a esperança de que, lá na frente, farão a transição cultural e teológica de que o evangelicalismo brasileiro precisa fazer.
Desde os meus quatorzes anos, e até hoje, não vi um movimento cristão-evangélico que desafie o jovem a pensar sua fé para fora das raias da denominação local. Naturalmente, este fato retrata a característica de gueto do movimento evangélico brasileiro. Mas as necessidades da juventude cristã são maiores que esses obstáculos. Ela não pode calar, tem de gritar e dizer o que pensa. Ela tem de ser ouvida!
Ministro aulas aos domingos, pela manhã, para os jovens. Lá, tenho comigo biólogos, pedagogos e outros aspirantes às profissões de seus sonhos. São pessoas inteligentes, capazes e perspicazes. Só precisam correlacionar as suas profissões com a consciência do Evangelho. Como, por exemplo, perguntar-se: “O que eu, quanto cristão e biólogo, posso fazer de concreto para a sociedade que está na rua da minha igreja?” “Como pedagogo e cristão o que posso realizar para estancar o índice imenso do analfabetismo que atinge a minha própria rua?” Juventude atuante, igreja influenciadora. Gente que evangeliza com coerência entre o que se diz e faz, igreja saudável e testemunho do Evangelho garantido.
Que a Jornada Mundial da Juventude Católica possa despertar os líderes e pais para a seguinte necessidade: a juventude cristã-evangélica precisa de atenção. Ela precisa de referências. E, ainda, precisa ser desafiada a pensar a sua própria fé no ambiente que vive. Podemos aprender muito com este movimento romano.
Que haja humildade de nossa parte para reconhecer: “não vai nada bem com os nossos jovens cristãos”.

M.O.O.
Rio de Janeiro, RJ.