domingo, 28 de julho de 2013

CADÊ A JUVENTUDE "EVANGÉLICA"?



Ontem, domingo, assisti a reportagem sobre a preparação da Jornada Mundial da Juventude Católica no Fantástico. O evento promete ser algo muito salutar para um segmento religioso importante da história brasileira. Acho louvável que ressurja no Brasil um movimento de matriz juvenil, que denote a juventude brasileira, o incômodo da sua própria estagnação social.
A vinda de Bento XVI mostra o quanto a igreja romana vem dedicando grande atenção aos jovens. Desde a formação de sacerdotes joviais aos leigos da Igreja. Creio ser bem representativo para o jovem católico ouvir do seu pastor uma mensagem para a vida, o pensar e o testemunhar a fé cristã ― quem leu os documentos do Papa Bento XVI, embora discorde de suas posições dogmáticas, reconhece a extrema capacidade de um teólogo alemão: o pensar. A vida cotidiana de uma comunidade de fé remete para uma relevante ação conscientizadora de manifestar uma mensagem que faça sentido para vida daqueles rebentos que pensam e vivem a fé.
Dito isto, pergunto: “Cadê o movimento nacional da juventude ‘evangélica’?” Pasmo diante da pobreza de conteúdo ― intelectual, bíblico e espiritual ― de nossa juventude. A impressão que tenho é que os jovens contemporâneos da igreja resumem-se em fazer congressos, confraternizações e ensaios. Não! Os jovens são mais capazes que isso. Eles pensam, têm uma extrema capacidade de ler o mundo com os óculos de hoje. Neles, pelos menos para mim, está depositada a esperança de que, lá na frente, farão a transição cultural e teológica de que o evangelicalismo brasileiro precisa fazer.
Desde os meus quatorzes anos, e até hoje, não vi um movimento cristão-evangélico que desafie o jovem a pensar sua fé para fora das raias da denominação local. Naturalmente, este fato retrata a característica de gueto do movimento evangélico brasileiro. Mas as necessidades da juventude cristã são maiores que esses obstáculos. Ela não pode calar, tem de gritar e dizer o que pensa. Ela tem de ser ouvida!
Ministro aulas aos domingos, pela manhã, para os jovens. Lá, tenho comigo biólogos, pedagogos e outros aspirantes às profissões de seus sonhos. São pessoas inteligentes, capazes e perspicazes. Só precisam correlacionar as suas profissões com a consciência do Evangelho. Como, por exemplo, perguntar-se: “O que eu, quanto cristão e biólogo, posso fazer de concreto para a sociedade que está na rua da minha igreja?” “Como pedagogo e cristão o que posso realizar para estancar o índice imenso do analfabetismo que atinge a minha própria rua?” Juventude atuante, igreja influenciadora. Gente que evangeliza com coerência entre o que se diz e faz, igreja saudável e testemunho do Evangelho garantido.
Que a Jornada Mundial da Juventude Católica possa despertar os líderes e pais para a seguinte necessidade: a juventude cristã-evangélica precisa de atenção. Ela precisa de referências. E, ainda, precisa ser desafiada a pensar a sua própria fé no ambiente que vive. Podemos aprender muito com este movimento romano.
Que haja humildade de nossa parte para reconhecer: “não vai nada bem com os nossos jovens cristãos”.

M.O.O.
Rio de Janeiro, RJ.