sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

SEGUNDA AULA ESCRITA DA REVISTA LIÇÕES BÍBLICAS ADULTOS

“A SUPREMACIA DE CRISTO
 LIÇÃO 2
UMA SALVAÇÃO GRANDIOSA


Marcelo Oliveira de Oliveira 

1. RECAPITULANDO A LIÇÃO ANTERIOR. A paz do Senhor, caros irmãos! Como foi a semana? Espero que Cristo tenha falado a vocês ao longo desses dias. Começaremos a aula de hoje recordando o que vimos na semana passada. Quem pode mencionar um assunto importante da aula passada? Ou um aspecto do conteúdo dado?
No tópico 1 vimos questões de Autoria, Destinatário e Propósito da carta. Em relação a autoria, constatamos que não havia unanimidade já na tradição apostólica (Clemente de Roma, Clemente de Alexandria, Orígenes, Tertuliano), bem como na época da Reforma (com Martinho Lutero e João Calvino), por isso, foi melhor manter a autoria da carta sem identificação, uma atitude sábia da erudição bíblica. Quanto ao destinatário, o público é formado de cristãos judeus, localizado provavelmente próximo da região de Roma, que dava indícios de desânimo e enfraquecimento espiritual. Por isso, o propósito da carta é exortar e animar os cristãos a não retrocederem na fé.
No tópico 2, a superioridade da Palavra de Cristo em relação a dos profetas. Vimos que nosso Senhor, diferente dos profetas, é a plena revelação de Deus “nestes últimos dias”.
No tópico 3, foi destacado a superioridade de Cristo em relação aos anjos. Jesus é apresentado superior aos anjos em natureza e essência, ou seja, diferente deles, Cristo é o reflexo da glória de Deus e possui a mesma essência divina. Este assunto é muito importante para a lição de hoje.

2. INTRODUÇÃO À LIÇÃO. Qual é a importância da salvação para a sua vida? Você dá o devido valor ao assunto? Ou se encontra em certa letargia isto é, “estado de profunda e prolongada inconsciência que resulta na incapacidade de reagir e expressar emoções” e negligência diante da questão?
Como estudamos na semana passada, o autor de Hebreus estava preocupado com a vida espiritual do público a quem dirigiu sua epístola. Por isso, nesta aula, veremos que ele apresenta a Salvação como uma dádiva gloriosa, de valor incalculável. Logo, todo crente alcançado por ela deve atentar para essa dádiva com muita seriedade a fim de não “desviar” e “perder o rumo” da jornada. E, para isso, a única forma de o crente não ser “desancorado” e “lançado em alto mar” é “ancorar” o seu barco no porto seguro, Cristo Jesus.

I – UMA SALVAÇÃO GRANDIOSA  (vv.1-4)
            § - Podemos dividir o capítulo 2 de Hebreus em três blocos: vv.1-4, a grandiosa salvação anunciada por Cristo, proclamada pelos apóstolos e confirmada pelo Espírito Santo; vv.5-9, a necessidade da salvação mediante ao padecimento do Redentor; vv.10-18, a eficácia da salvação media a paixão e glorificação de Jesus.
1. TESTEMUNHADA PELO SENHOR. “Convém-nos atentar, com mais diligência, para as coisas que já temos ouvido” (v.1), diz o autor da carta. O que “temos ouvido” é a verdade da salvação, ou seja, para essa verdade é que devemos atentar com diligência ou “com mais firmeza” (ARA) ou “mais assiduamente” (TB). A ideia aqui é a de que é preciso fazer esforço para o cristão não desviar das “verdades ouvidas” (v.1). E a que se refere essas verdades ouvidas? “À revelação de Deus em seu Filho, sobre a salvação (cf. 2.3a)”, ou seja, a doutrina da fé apostólica (ARRINGTON; STRONSTAD, 2003, p.1549). No versículo dois, o escritor introduz uma comparação entre a Antiga Aliança (intermediada pelos anjos) e a Nova Aliança mediada por Jesus Cristo. Por isso, o capítulo dois começa com a expressão “portanto” (v.1), a fim de interligá-lo ao primeiro capítulo que reflete a incomparável supremacia de Cristo em relação aos profetas e aos anjos. Estes, são criaturas inferiores a Cristo, mas assim mesmo “toda transgressão” e “desobediência” praticadas no Antigo Pacto foram retribuídas com juízo rigoroso. Ora, se nesse pacto quem quebrava os preceitos era punido, “que castigo merecia quem ultrajava a Nova Aliança, que em tudo era superior?” (Lições Bíblicas Adultos Professor, p.13).
2. PROCLAMADA PELOS QUE A OUVIRAM. A Salvação foi proclamada, em primeiro lugar, pelo Senhor Jesus. Depois “confirmada pelos que a ouviram” (v.3). A expressão “confirmada” traz a ideia de uma transmissão segura, confiável. Ora, quem transmitiu a mensagem de salvação proclamada pelo Senhor Jesus? Os apóstolos. Daí o surgimento da tradição apostólica. Embora, como tudo indica, o escritor de Hebreus não tenha sido uma testemunha ocular de Jesus, “as verdades” que ele recebeu são seguras e autênticas. Assim, “a mensagem apostólica era essencialmente a mesma Palavra de Deus” e serve como “o fundamento da nossa fé” (LBP, p.14).
3. CONFIRMADA PELO ESPÍRITO SANTO. Além de ser anunciada pelo Senhor Jesus e confirmada pelos apóstolos, a mensagem de Salvação foi confirmada pelo Espírito Santo, por intermédio dos sinais, milagres e maravilhas, e dos dons distribuídos pelo Espírito à Igreja. Isso significa que a salvação proclamada por Cristo e pelos apóstolos, bem como confirmada pelo Espírito Santo, é uma dádiva oriunda do próprio Deus e, por isso, devemos levá-la muito a sério. Por isso, a Salvação é grandiosa.

IIUMA SALVAÇÃO NECESSÁRIA (vv.5-9)
1. POR INTERMÉDIO DA HUMANIZAÇÃO DO REDENTOR. Analisamos a primeira seção de versículos do capítulo dois, vv.1-4, agora passamos a analisar a segunda seção, vv.5-9. O escritor de Hebreus faz uso do Salmo 8.4-6 para mostrar a inferioridade do homem em relação aos anjos (v.5), entretanto, a humanização de Jesus abriu o caminho para restaurar a humanidade por meio da cruz.
2. POR MEIO DO SOFRIMENTO DO REDENTOR. Não era nada fácil para um judeu a ideia de um “Messias Sofredor”. Até hoje eles têm uma visão distorcida a respeito do verdadeiro Messias. Mas o escritor continua a mostrar a partir do Salmo 8, que nos limites da condição humana, nosso Senhor foi feito “menor que os anjos” quando revelou-se como o verbo encarnado em seu ministério terreno cf. Fp 2.5-8: “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus. Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz”. Porém, o objetivo era o de experimentar o sofrimento dos homens e prover a libertação deles.
3. POR INTERMÉDIO DA GLORIFICAÇÃO. Por meio desse sofrimento nosso Senhor foi “coroado de glória e de honra, […] para que, pela graça de Deus, provasse a morte por todos” (v.9)  cf. Fp 2.9-11: Pelo que também Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai. Assim, o escritor finaliza a segunda seção da epístola. Ele mostra que o sofrimento de Jesus resultou em glorificação da qual somos participantes, pois Seu sofrimento era para que Ele “provasse a morte por todos”. Que benefício glorioso e inaudito nós temos em Cristo! Quando experimentarmos o sofrimento, lembremos do “peso eterno de glória” que a nossa “leve e momentânea tribulação” (2 Co 4.17) produz, pois tal comparação entre tribulação terrena e glória celestial, feita pelo apóstolo Paulo, traz consolo e ânimo para a nossa jornada diária. Por isso, a Salvação é Necessária.

III – UMA SALVAÇÃO EFICAZ (vv.10-18)
1. A VITÓRIA SOBRE O DIABO. O Diabo, nosso adversário, escraviza os homens mortos em pecado por meio de seu “Império da Morte”. Assim, o ser humano estava condenado à servidão eterna devido ao medo da morte (vv.14,15). Nesse sentido, o escritor mostra o método da grandiosa obra de Salvação: a morte de Cruz. Nosso Senhor sofreu e morreu para que, por intermédio da Cruz, o Diabo fosse destronado de seu império e, assim, tivéssemos garantida a vitória sobre o poder das trevas: E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo” (Cl 2.15).
2. VITÓRIA SOBRE A MORTE. Por meio do pecado a morte entrou no mundo. Segundo as Escrituras, a morte é a consequência direta do pecado (Rm 6.23). Porém, em Romanos 6.23, vemos que a vida eterna é a consequência direta de Cristo, isto é, um dom gratuito de Deus. Nosso Senhor subverteu a tragédia da morte, dando-nos esperança de vida eterna (1 Co 15.54-57; 1 Ts 4.15,16). Nele, que venceu e subverteu a morte, temos a vida eterna.
3. VITÓRIA NA TENTAÇÃO. No versículo 17, pela primeira vez, aparece a expressão “sumo sacerdote”, uma imagem que aparecerá muitas vezes ao longo da carta. Ao usar essa expressão, a intenção do autor é destacar a humildade e a fidelidade de nosso Senhor no momento em que passamos pela provação da tentação. Esta nos “tenta” fazer retroceder no caminho. Tenta nos iludir a “desancorar” o nosso “barco” do porto seguro. Ao se humilhar, tomando forma de ser humano, nosso Senhor nos socorre na tentação. Assim, somos encorajados a não desistir, a não pecar, a não desviar do rumo. Cristo sabe que não é fácil. Cristo sabe que teremos tribulação. Mas Ele nos socorrerá em momento oportuno (Hb 4.16). Por isso, a salvação é eficaz.

 IV – APLICAÇÃO DA Lição
Nesta lição, vimos que (1) a seção de versículos 1-4 do capítulo 2 de Hebreus mostra que  a obra de salvação é grandiosa porque ela foi testemunhada pelo nosso Senhor, proclamada pelos apóstolos e confirmada pelo Espírito Santo. Na (2) seção vv.5-9, compreendemos que obra de salvação é necessária por intermédio da “encarnação” do Redentor, de seu sofrimento e glorificação. Por fim, (3) na seção vv.10-18 a obra de salvação é eficaz porque nosso Senhor destronou o Diabo de seu império, venceu a morte e a tentação. Assim, podemos destacar as seguintes aplicações:
1. A grandiosidade da salvação anunciada por Cristo deve nos constranger a valorizá-la.
2. A grandiosidade da salvação proclamada pelos apóstolos deve ser o fundamento da nossa fé. 
3. A grandiosidade da salvação confirmada pelo Espírito Santo deve nos constranger à disciplina espiritual e à vivência imersa no Espírito.   
4. A necessidade da salvação deve nos lembrar que somos “pó” e “cinza”.
5. A necessidade da salvação deve nos lembrar o padecimento e sofrimento de Jesus.
6. A necessidade da salvação deve nos lembrar que o nosso Senhor foi glorificado e, por isso, temos a vida eterna.
7. A eficácia da salvação nos traz segurança, pois em Cristo, o Diabo já foi vencido.
8. A eficácia da salvação nos traz esperança, pois em Cristo, a morte foi derrotada.
9. A eficácia da salvação nos traz alento na provação, pois em Cristo, somos socorridos.
10. Alegremo-nos por tão grande salvação!