segunda-feira, 26 de março de 2012

UM CHAMADO PARA AMAR A DEUS E O PRÓXIMO: Efésios 5.18-21; 6.5-9

Esboço do sermão pregado em um dos cultos semanais, no auditório Nels Nelson, da CPAD.


 

Por

Marcelo de Oliveira e Oliveira

 


 
I – INTRODUÇÃO À EPÍSTOLA AOS EFÉSIOS

1. A Universalidade da epístola:
·       É uma carta circular às igrejas de toda província da Ásia entre os anos 55-52 dC. Segundo Donald C. Stamps, editor geral da Bíblia de Estudo Pentecostal, editada pela CPAD, pode ser a mesma carta aos Laodicences mencionada por Paulo em Colossenses 4.16.  
2. Aspectos gerais:
·       É a carta que forma o grupo das quatro epístolas do cativeiro: aos Filipenses, a Filemon, aos Colossenses e aos Efésios. Ou seja, Paulo está preso quando redige a epístola aos Efésios. Provavelmente em Roma.
·       O tema central de Efésios é: o desígnio de Deus que desde toda eternidade foi oculto durante séculos. Mas, foi revelado e realizado em Jesus Cristo para a sua Igreja (Cl 1.26,27: “o mistério que esteve oculto desde todos os séculos e em todas as gerações e que, agora, foi manifesto aos seus santos; aos quais Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, esperança da glória”).
·       Em Efésios 1.15,16 a fé da igreja centrada no Senhor Jesus e o amor mútuo praticado por ela são elementos destacados pelo apóstolo Paulo na vida daquela comunidade cristã. Estes são os motivos de agradecimentos a Deus por essa Igreja, demonstrados na oração do apóstolo.

II – ANÁLISE DA PERÍCOPE 5.18-21

Quando falamos de enchimento do Espírito, logo nos reportamos a experiência de Atos 2.1 No entanto, o capítulo 5 de Efésios trata o assunto numa perspectiva comportamental como fruto do verdadeiro relacionamento espiritual com Deus (vv.1-3). Vejamos:
1. O versículo 18: Embriagues (gr. methyskesthe), realça a ideia de falta de autocontrole; Libertinagem (gr. asôtia), significa excesso comportamental, imoralidade. Mas, a expressão “Enchei-vos” (gr. plêpousthe) denota a tese de ser dominado pelo Espírito, absolutamente controlado por Ele.    
2. Os versículos 19 e 20: Somos cheios do Espírito quando vivenciamos em comunidade o verdadeiro culto espiritual [aqui, cânticos espirituais é consequência espontânea do Espírito]. Pelo Espírito Santo somos capacitados a sermos sujeitos um ao outro em amor.
3. O versículo 21: O amor é o resultado de ser cheio do Espírito. É a consequência natural do verdadeiro culto a Deus. Denota um espírito de sujeição por AMOR ao outro. O ser cheio do Espírito implica no amor mútuo da comunidade que se chama pelo nome do Senhor — o ato de servir a Deus se dá em duas dimensões: a vertical e a horizontal. Na vertical, amando e temendo o Senhor de todo o coração e pensamento; e na horizontal, amando sinceramente o próximo como a si mesmo (Mc 12.30,31). Esses são os mandamentos do Evangelho.2  

III – QUESTÕES APLICATIVAS

Temos de viver o amor cristão em todo e qualquer ambiente que Jesus deva ser apresentado. Antes do compromisso matrimonial, maternal e profissional somos servos de Deus e irmãos em Cristo Jesus. Por isso podemos destacar alguns desdobramentos do amor na relação funcionário → patrão (Efésios 6.5-9):3
1. Nos versículos 5,6. Nossas motivações, enquanto funcionários, devem estar em acatar a autoridade do patrão em respeito, andar em sinceridade de coração e temor a Cristo.
2. Nos versículos 7,8. Fazer o bem e buscar a perfeição no que se faz, não por causa do patrão, apenas, mas por Cristo Jesus e para a própria realização humana e pessoal.
3. No versículo 9. O tratamento dos patrões para com os funcionários deve ser no mesmo espírito dos funcionários para com os patrões. A Bíblia NVI assim descreve esse princípio: “Vocês, senhores [patrões], tratem seus escravos [funcionários] da mesma forma” (grifo meu). Logo, o princípio que deve nortear o relacionamento de ambos, funcionários e patrões, é o da disponibilidade de um servir o outro em amor como quem serve ao Senhor (Ef 5.21). Contra isso, diz as Escrituras Sagradas, não há lei (Gl 5.22,23). Paz e Bem!

NOTAS

1 No livro dos Atos dos Apóstolos o evangelista Lucas se utiliza de um recurso linguístico particular para citar o cumprimento literal do batismo com o Espírito Santo, predito por Jesus Cristo: “E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem” (At 2.4) ― Pois Jesus havia dito: “Porque, na verdade, João batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias” (At 1.5). Ou seja, a expressão “e todos foram cheios do Espírito Santo” é sinônima a “mas vós sereis batizados com o Espírito Santo”.
2 É nessa perspectiva, do culto verdadeiro ao Senhor e da disponibilidade de um se sujeitar ao outro, em amor, que o restante do capítulo cinco de Efésios até o versículo nove do capítulo seis, trata o tema do inter-relacionamento entre “esposo e esposa”; “pais e filhos”; “patrões e funcionários”. O apóstolo Paulo denota que ambos, em amor, devem se sujeitar ao outro para fazer o bem e se amarem em Cristo Jesus.  
3 Esse princípio pode ser aplicado em outros relacionamentos. Aqui, escolhemos a relação patrão e funcionário porque quando este sermão foi exposto, o público alvo era formado dentro desse contexto.

Obs: Sermão publicado na revista “Manual do Obreiro”, 2º Trimestre de 2012, editada Pela CPAD.


M.O.O.
Rio de Janeiro - RJ