quinta-feira, 18 de junho de 2015

Hoje a Assembleia de Deus faz 104 anos: Como vou comemorar?


Marcelo Oliveira de Oliveira

Hoje, 18 de Junho, comemoramos 104 anos de Assembleia de Deus no Brasil. A minha maneira de comemorar essa data é comentando uma recente pesquisa elaborada pelo cientista da religião Gedeon Freire de Alencar, publicada na Revista Reflexus (Ano VIII, n.12, 2014/12) ― uma revista especializada da Faculdade Unida, ES.

“Hoje diversos pastores assembleianos têm formação universitária. Quem são essas pessoas? O que pensam sobre os temas doutrinários e institucionais internos da denominação e também sobre os problemas externos que dizem respeito à sociedade em que vivem” (p.3): É o que pretende responder o pesquisador.
Nós, membros da Assembleia de Deus no Brasil, e de seus respectivos ministérios, precisamos compreender o “caráter continental” e plural da nossa denominação, respondendo às perguntas diretas, sem rodeios e honestas. Isso não significa elogio à pesquisa do doutor Gedeon, pois não podíamos esperar outra coisa de sua pena ― obras como “Protestantismo Tupiniquim”, “Assembleias de Deus” e “Matriz Pentecostal Brasileira” dão conta da seriedade e da competência do pesquisador. A questão é o que os ministros da Assembleia de Deus poderão fazer com informações que pretendem descortinar a realidade e a práxis ministerial de nossa igreja?

O público da pesquisa de Gedeon Freire de Alencar é formado por um universo de pessoas com o ensino superior completo, oriundo de diversas regiões do Brasil. Como a pesquisa foi feita via internet, a amostra da diversidade da denominação no país está garantida. Esses pastores são oriundos de diversas convenções regionais e estaduais ligadas às duas principais convenções nacionais: CONAMAD (Assembleia de Deus em Madureira) e CGADB (Assembleia de Deus da Missão); bem como convenções e ministérios autônomos e igrejas assembleianas diversas que reúnem pastores assembleianos independentes.

Entretanto, o pesquisador menciona um problema que pode mostrar um ponto fraco da pesquisa: é possível as perguntas terem sido respondidas por não-pastores assembleianos e sem formação de Ensino Superior. Todavia, o autor contrapõe essa dificuldade com a seguinte reposta: “com ou sem a titulação ‘pastor assembleiano’ ou o grau universitário, uma pessoa de fora desta igreja (sem conhecimento interno do funcionamento de suas estruturas, de sua história e teologia) não conseguiria responder, pois as questões pedem um conhecimento quase ‘esotérico’. Ademais, o questionário foi montado de forma que sem responder alguma pergunta não se podia avançar; ou seja, todas tinham respostas obrigatórias” (p.6). Como toda pesquisa científica que se preza, a informação completa e honesta deve ser repassada ao leitor, tanto o seu ponto positivo quanto o seu ponto negativo.

Em suma, a pesquisa está dividida em quatro grandes blocos: questões pessoais, doutrinárias, institucionais, políticas e sociais. Com respostas graduais que variam em absolutamente a favor, a favor, indiferente, contra e absolutamente contra.

Por isso, ser importante a os ministros e demais membros de nossa instituição acessar as informações dessa pesquisa, pois conhecê-las, entendê-las e pensá-las é necessário para propormos novos passos em cada universo local em que a nossa congregação estiver alocada. Sem dúvida, as informações do pesquisador Gedeon Alencar têm muito a nos acrescentar ministerialmente, culturalmente e institucionalmente.



Rio de Janeiro, 18 de Junho de 2015.