sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

TERCEIRA AULA ESCRITA DE ORIENTAÇÃO AO PROFESSOR DA ESCOLA DOMINICAL – REVISTA LIÇÕES BÍBLICAS ADULTOS



“A SUPREMACIA DE CRISTO
 LIÇÃO 3


A SUPERIORIDADE DE JESUS EM RELAÇÃO A MOISÉS

Marcelo Oliveira de Oliveira[1]


1º Trimestre de 2018

ESBOÇO DA LIÇÃO


INTRODUÇÃO
I – UMA TAREFA SUPERIOR
II – UMA AUTORIDADE SUPERIOR
III – UM DISCURSO SUPERIOR
CONCLUSÃO



PONTO CENTRAL
A carta de Hebreus revela a superioridade de Jesus em relação a Moisés quanto à tarefa, à autoridade e o discurso.

OBJETIVO GERAL
Evidenciar a superioridade de Jesus em relação ao legislador Moisés.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
I. Apresentar
 a superioridade da vocação, da missão e da mediação de Jesus em relação a Moisés;
II. Exprimira autoridade maior de Jesus de em relação a Moisés;
III. Esclarecer a superioridade de Jesus em relação ao de Moisés.


1. Recapitulando a lição anterior. Prezado professor, prezada professora, sempre é importante situar o aluno no assunto novo que será introduzido. A melhor maneira de fazer isso é a partir de um processo de recordação do conteúdo dado até aqui.
Lembre-o dos destinatários da carta, ou seja, uma igreja que está certamente desanimando na fé, bem como do propósito dela: animar os crentes hebreus em perseverar na doutrina de Cristo. O aluno tem que ter sempre em mente o propósito e para quem a carta foi originalmente escrita. Esse processo é muito importante para a compreensão inteira do conteúdo da carta.
Assim, mostre que na aula passada, dando continuidade a esse propósito, vimos que a igreja é instada a ser perseverante em Cristo, porque Ele, em primeiro lugar, foi quem anunciou uma tão grande salvação (Tópico 1): anunciada pelo Senhor, depois, proclamada pelos apóstolos – “pelos que a ouviram” – e também confirmada pelo Espírito Santo com sinais, milagres, maravilhas e distribuições dos dons concedidos à Igreja. Em segundo, mostre que no Tópico 2 vimos a necessidade dessa tão grandiosa salvação revelada por meio do processo de humanização (“encarnação”) de nosso Senhor, de seu sofrimento e padecimento, bem como de sua glorificação. Por fim, vimos a eficácia desse plano da salvação no Tópico 3, pois nosso Senhor venceu o Diabo, venceu a morte e venceu a tentação, por isso, Ele nos socorre quando somos tentados.
Deixe claro que o autor de Hebreus está com a mente voltada para a importância da pessoa de Jesus Cristo. Recorde ao aluno que o argumento do escritor tem Cristo como centro desde o capítulo um (Cristo maior que os profetas [vv.1-4] e os anjos [vv.5-14]) até o capítulo dois (Cristo é quem anunciou a tão grande salvação [vv.1-18]); e continua assim no capítulo três, agora, tendo como destaque a supremacia de Cristo em relação ao legislador de Israel, Moisés.

2. Um ponto importante para ser enfatizado. Quando de sua preparação da aula, após estudar o Tópico 1 – em que o objetivo do comentarista é mostrar a tarefa de Cristo (em relação a vocação, missão e mediação) como ação superior a de Moisés – e o Tópico 2 – em que o comentário da revista preocupasse em destacar a autoridade de Cristo (que diferente de Moisés: era o Construtor, não só administrador; era o Filho, não servo; e estabeleceu uma igreja viva, não um tabernáculo) –, e antes de passar para o Tópico 3, leia e reflita sobre o seguinte texto: “O livro de Hebreus considera a possibilidade de permanecer firme na fé ou de abandoná-la como uma escolha real, que deve ser feita por cada um dos leitores; o autor ilustra as consequências da segunda opção referindo-se à destruição dos hebreus rebeldes no deserto após sua gloriosa libertação do Egito” (Comentário Bíblico Pentecostal Novo Testamento, CPAD, p.1559). Esse texto o ajudará a refletir sobre a importância do terceiro tópico que versará sobre a singularidade da mensagem de Jesus e o perigo de que os crentes correm quando a ouvem, mas não atende; veem, mas não creem; começam, mas não terminam. O autor deixa claro que a possibilidade de acontecer com os crentes da presente dispensação a mesma coisa que aconteceu com o povo da dispensação anterior é real: “Vede, irmãos, que nunca haja em qualquer de vós um coração mau e infiel, para se apartar do Deus vivo.Antes, exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado” (Hb 3.12,13).

3. Para embasar melhor o argumento acima, leia esse trecho do livro do comentarista da lição. 
“O termo grego apostenai (apartar),usado aqui em Hb 3.12 é o infinitivo aoristo do verbo aphistemi, que ocorre quatorze vezes no Novo Testamento grego, significando: cair, deixar, afastar. É desse verbo que se origina a palavra apostasia. A apostasia é definida “como a rejeição deliberada de Cristo e de seus ensinamentos por parte de um cristão (Hb 10.26-29; Jo 15.22)”. A Bíblia de Estudo Harper Collins destaca que “a admoestação para ser cuidadoso (ver também 12.25) é comum no NT. Para o perigo de desviar-se, ou apostatar, veja Nm 14.9, que trata da geração do deserto, e Mt 24.10-12. Um jogo de palavras gregas ligando o desviar-se(apostenai) e o coração incrédulo (apistias)”.  Como ficará demonstrado posteriormente, há uma relação da queda da fé aqui retratada com aquela sobre a qual o autor voltará a tratar no capítulo 6.4-6 (veja apêndice no final deste livro). Adam Clarke observa oportunamente que a nossa participação na glória depende de nossa firmeza na fé até o final de nossa carreira cristã.  Jesus alertou que de dentro do coração do homem é que procedem as coisas más. “Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias” (Mt 15.19). É por isso que os cristãos necessitam de vigilância e estimular uns aos outros.”
“Antes, exortai-vos uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama Hoje, para que nenhum de vós se endureça pelo engano do pecado” (v.13). O sentido do texto aqui é o de que os cristãos não permitam que seus corações sejam seduzidos pelo pecado. O autor usa o termo grego parakaleo, isto é, chamar à parte para consolar, para se referir à necessidade do encorajamento contínuo. William Barclay observa que este mesmo termo era usado por um militar para estimular as suas tropas.vi  Joseph Benson observa que alguns passos devem ser tomados para se por em prática as palavras do autor de hebreus:
(1) Uma profunda preocupação com a salvação de cada um e o crescimento na graça; (2) Sabedoria e entendimento nas coisas divinas; (3) Cuidado para que somente palavras de verdade e sobriedade sejam ditas, porque somente essas palavras serão recebidas como tendo autoridade e alcançarão os fins desejados; (4) Evitar aquelas expressões rudes e severas que expressam indelicadeza; em vez disso usar palavras brandura, compaixão, ternura e amor. Pelo menos para aqueles que estão dispostos a reconhecer a vontade de Deus; (5) Evitar falar com leviandade e sempre falar com seriedade; (6) Prestar atenção ao tempo, lugar, pessoas e ocasiões; (7) Ser exemplos para as pessoas exortadas; (8) Devemos ser incansáveis nesse dever  e exortar um ao outro diariamente. Não somente em reuniões feitas para isso, mas em todo e qualquer lugar, sempre que estivermos em companhia um do outro.[2]


4. Propostas de Aplicação:
1. Como Moisés tinha a vocação de levar o povo de Israel à Canaã terrena, Jesus tem a vocação de nos levar à Jerusalém Celestial. Esse Jesus é o parâmetro para desenvolvermos a nossa vocação no Reino de Deus.
2. Como Cristo foi o Apóstolo e sumo sacerdote da nossa confissão, nEle somos conclamados a perseverar rumo ao destino eterno.
3. Confesse com a sua boca e confirme com a sua vida quem é Jesus Cristo.
4. Nosso Senhor é o dono da Igreja, portanto, pertencemos a Ele irrestritamente.
5. O Filho de Deus se relaciona conosco amorosamente.
6. Somos a casa da Nova Aliança.
7. Primeiro alerta: Há o perigo de ouvirmos a doutrina acima, mas vivermos indiferentes.
8. Segundo alerta: É possível vermos a verdade sobre Cristo, mas não crermos nela.
9. Terceira alerta: É possível iniciarmos uma caminhada, mas não encerrá-la.



[1] É Redator do Setor de Educação Cristã da CPAD; Bacharel em Teologia e Licenciado em Letras.
[2] Texto extraído do livro “Supremacia de Cristo”, editado pela CPAD.