Houve um tempo no Brasil, como na América, que a Igreja Evangélica,
principalmente a pentecostal, priorizava o ato de evangelizar. A igreja
evangelizava com a graça de Deus e amor visível. Os agentes da evangelização
sentiam dor na própria alma em ver pessoas gastando sua juventude naquilo que
não traz plena felicidade. Era possível vê-los chorando em favor de uma vida.
Angustiando-se pelas pessoas perdidas em pecados. Neste contexto, era possível observar
ministros destacando-se por levar essa real experiência até as últimas
consequências.
Quem nunca ouviu falar do grande evangelista do século recente, David
Wilkerson? Além de verdadeiro profeta, ele ficou conhecido pela evangelização realizada
na cidade de Nova Yorque, na Time Square, numa época onde as gangues de rua
dominavam a cidade novayorquina. O livro “Entre a Cruz e o Punhal”, logo depois
transformado em filme, conta a história desse grande evangelista que, pela
graça do Pai, ganhou aquelas gangues para Cristo e plantou a maior igreja
evangélica da localidade. Eis um exemplo real de um Evangelista separado por
Deus!
O Dom Ministerial do Evangelista foi repartido pelo Pai para que o arauto
de Deus, através da mensagem centralizada na cruz de Cristo, ganhasse pessoas
para o reino divino. Uma das maiores características de um Evangelista é a sua
paixão por pregar às pessoas. Não importa o número, se dezenas, centenas ou
milhares. O que importa é pregar Jesus, o crucificado. Esta é a mensagem do bom
evangelista.
Sabemos que hoje, pelo advento midiático, muitos evangelistas são
tentados em mudar a mensagem da Cruz para uma pregação centralizada no homem.
Temos de deixar bem claro a missão de um evangelista: pregar o Evangelho.
Anunciar o ministério da reconciliação de Deus com o mundo, porque foi para
isso que o Senhor enviou o Filho: “Deus estava em Cristo reconciliando
consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da
reconciliação” (2 Co 5.19). Esta é a boa nova que o autêntico Evangelista tem
de proclamar.
Embora o Senhor nosso Deus separe uns para Evangelista e os dê a sua
Igreja, o privilégio de anunciar o Evangelho para o ser humano é de todo aquele
que se chama por discípulo de Jesus de Nazaré. Portanto, a distribuição desse
dom ministerial deve despertar em nós a consciência do quanto Deus leva a sério
esta tão nobre tarefa (Texto publicado na Revista Ensinador Cristão, CPAD,
nº 58, p.39).
Marcelo
de Oliveira e Oliveira é bacharel em teologia, licenciando em Letras e redator
do Setor de Educação Cristã da CPAD.