sexta-feira, 22 de junho de 2012

MARINA SILVA: POR QUE A IMPRENSA BRASILEIRA NÃO A PROCURA NA RIO + 20?





Falar de desenvolvimento sustentável sem lembrar de Marina Silva, é fazer uma grande injustiça com esta que é a grande voz do movimento no Brasil. Quando candidata a presidência da república obteve quase 20 milhões de votos. E toda a sua campanha foi centrada no tema do “Sustentabilidade”.1 Ignorar Marina Silva, aqui no Brasil, no evento mais importante do âmbito mundial pela consciência da causa da sustentabilidade e proteção da biodiversidade do planeta, é desconsiderar quase 20 milhões de brasileiros que votaram pela política séria de Desenvolvimento Sustentável na última eleição — inclusive eu.   
Atualmente, no Brasil, não há ninguém com maior autoridade política que Marina Silva para falar do assunto. Senadora atuante da república, atuando coerentemente em defesa do tema; ex-ministra do Meio Ambiente no primeiro mandato do presidente Lula cuja saída demonstrou claramente o retrocesso da causa no Brasil. Marina Silva foi premiada várias vezes, nacional e internacionalmente, como conseqüência de suas posturas claras, coerentes e contundentes; apoiadas pela comunidade cientifica.
Os principais prêmios foram: Prêmio Goldman do Meio Ambiente pela América Latina e Caribe, nos Estados Unidos, 1996;2 em 2007, recebeu o maior prêmio da Organização das Nações Unidas (ONU) na área ambiental - o Champions of the Earth (Campeões da Terra), também concedido a seis outras personalidades mundias — o ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore; o príncipe Hassan Bin Talal, da Jordânia; Jacques Rogge, do Comitê Olímpico Internacional; Cherif Rahmani, da Argélia; Elisea Gillera Gozun, das Filipinas, e Viveka Bohn, da Suécia —;3 e mais recentemente, em março de 2011, o perfil no Twitter de Marina, ganhou o prêmio Shorty Awards, considerado pelo estadunidense The New York Times como o "Oscar dos twitters".4
Se fosse listar, aqui, outros prêmios de Marina o post ficaria impraticável — o que, particularmente, me orgulha pois nenhum assembleiano ou, até mesmo, representante da comunidade cristã desse país alcançou tão alto prestígio diante dos homens do que ela; e tudo com ética cristã, lisura, coerência e magistral competência.
Então por que Marina Silva não é procurada pela grande mídia para falar do assunto? E muito menos pelas mídias cristãs? A quem interessa não dar voz a única pessoa, e mulher, repito mulher, no Brasil, politicamente mais capaz para falar do assunto?
Eu ensaiaria uma resposta: Porque ela não é “situação e nem oposição. Ela marca posição”. A perspectiva mariana de política é totalmente paradoxa a da pratica no Brasil.
Mas Marina está lá, na cúpula dos povos. Falou no último dia 19, véspera do desfile de incoerências dos chefes de estados. Veja o discurso de Marina e saiba o real motivo da seu desaparecimento da grande mídia. Mas ela, continua aqui, no Brasil e no mundo, marcando a sua posição:



Em seguida um encontro histórico de Marina com a ecóloga Servern Suzuki, a menina que calou os chefes de estados na ECO 92:






M.O.O.
Rio de Janeiro - RJ



NOTAS

1 Segundo Leornado Boff desenvolvida dia 18, segunda-feira, na Cúpula dos povos.
3 Disponível em: http://www.time.com/time/specials/packages/article/0,28804,1841778
_1841779_1841801,00.html. Acesso em 22 Jun. 2012.
4 Disponível em:http://portalimprensa.uol.com.br/portal/ultimas_noticias/2011/03/30/
imprensa41257.shtml. Acesso em 22 Jun. 2012.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

RIO + 20: DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL, RESPONSABILIDADE DE QUEM?





A ECO 92 foi um grito para o mundo: “O Desenvolvimento Econômico deve amalgamar-se ao Sustentável”. Esse eco ressoa a quase dois mil anos através do apóstolo Paulo: “A natureza criada aguarda, com grande expectativa, que os filhos de Deus sejam revelados. Pois ela foi submetida à inutilidade, não pela sua própria escolha, mas por causa da vontade daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria natureza criada será libertada da escravidão da decadência em que se encontra... Sabemos que toda a natureza criada geme até agora, como em dores de parto”.1 A desordem natural que o ser humano vive no mundo é um claro retrato do que o apóstolo denunciou há quase dois mil anos.
Em Junho de 1972, na cidade de Estocolmo foi sediado a Primeira Conferência Mundial sobre Homem e o Meio Ambiente.2 Ali, participaram do evento apenas dois chefes de governo: o sueco ― anfitrião ― e o primeiro ministro da Índia, Indira Gandhi.3 Era só a gestação de um embrião que seria incorporado ás consciências das pessoas duas décadas mais tarde na ECO 92: há alguma coisa de errado com a natureza; ela não vai bem e o homem precisa fazer alguma coisa.
Como seres humanos contaminados pelo pecado, destruímos sistematicamente, século após século, a criação que o Eterno nos entregou a administrarmos (Gn 2.15). É incrível que haja pessoas que pensem como se fosse normal extrair intensamente a matéria-prima da natureza sem pensar em repor. Como se a natureza fosse uma fonte inesgotável e ilimitada de recursos. Foi preciso, então, um suposto geólogo ― o astronauta Harrison Jack Schmitt ― fotografar uma “imagem de 7 de dezembro de 1972, com um ciclone em cima do Oceano Índico visível no canto superior direito, fenômeno natural que provocara enchentes e devastação na véspera”4 para que um alerta e precípua preocupação fosse “recebida com comoção e logo adotada pelos ecologistas (assim se diziam, então) como símbolo de nossa fragilidade”.5
A ECO 92 incorporou o sentimento existente naquela reunião de Estocolmo ― no mesmo ano da divulgação da foto pelo astronauta ― onde o tema ecologia tornou-se uma consciência de desenvolvimento sustentável para as pessoas. A sustentabilidade passou ser objeto de preocupação de outros chefes de estado. De dois estadistas, a ECO 92 reuniu 108. Embora essas reuniões não apresentem ações concretas por partes das autoridades, a ECO 92 trouxe uma evidência crucial: o desenvolvimento sustentável passou a ser encarado pela sociedade espontânea e individualmente.
É com esse espírito que chegamos a RIO + 20. Este evento reunirá a cúpula das Nações Unidas para uma Conferência sobre o Desenvolvimento Sustentável, cujo tema central : É possível em meio a uma crise econômica, capitalista e global, fazer crescer economicamente os países sem devorar os recursos naturais, deixando a conta para a futura geração pagar?
A consciência necessária para uma visão equilibrada das nossas responsabilidades está estabelecida. A ECO 92 e as duas décadas pós-evento, mostraram que a sustentabilidade não pode ser encarada como responsabilidades de alguns.
A RIO + 20, como a ECO 92, não terá sucesso concreto através da cúpula das Nações Unidas. Mas o que, sem dúvida, podemos esperar é a estabilização da consciência espontânea da sustentabilidade pela sociedade civil. Esta anseia por pensar o amalgama entre desenvolvimento Sustentável e Econômico numa perspectiva holística: empresários e consumidores; agricultores e ambientalistasgoverno e sociedade civil. Todos, numa mesma proporção, devem contribuir para o rumo desse novo século e milênio. A responsabilidade não é parcial, mas de todos. Afinal de contas, somos filhos do mesmo planeta chamado TERRA: a criação de Deus.


M.O.O.
Rio de Janeiro - RJ.
       
               

NOTAS

1 Romanos 8.19-22 – NVI (Nova Versão Internacional).
2 A Terra Que Queremos. Veja, São Paulo, 13 de Jun. de 2012, p.94.
3 Ibidem, p.94.
4 Ibidem.
5 Ibidem.