sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

QUINTA AULA ESCRITA APRESENTADA AOS PROFESSORES DA ESCOLA DOMINICAL DA AD DE SÃO JOÃO DE MERITI - RJ




POR MARCELO OLIVEIRA DE OLIVEIRA[1]


ESBOÇO DA LIÇÃO

INTRODUÇÃO
I – UM SACERDÓCIO SUPERIOR QUANTO À QUALIFICAÇÃO
II – UM SACERDÓCIO SUPERIOR QUANTO AO SERVIÇO
III – UM SACERDÓCIO SUPERIOR QUANTO À IMPORTÂNCIA TEOLÓGICA
CONCLUSÃO

PONTO CENTRAL
Jesus Cristo é o sacerdote perfeito que executou o mais perfeito sacrifício pela humanidade.

OBJETIVO GERAL
Pontuar o sacerdócio do Senhor Jesus como superior à ordem levítica e que, por isso, Ele teve autoridade para inaugurar uma nova ordem.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
I. Demonstrar biblicamente a natureza da superioridade do sacerdócio de Jesus Cristo;
II. Ensinar que o sacerdócio de Cristo foi superior quanto ao serviço;
III. Expressar a importância teológica do sacerdócio do Senhor Jesus.

1. RECAPITULANDO A LIÇÃO ANTERIOR

Na aula passada, o tema que sobressaltou aos olhos foi o contraste do ministério de Jesus em relação ao de Josué, conforme o escritor de Hebreus desenvolveu:

JOSUÉ → Terreno → Temporário → Incompleto
JESUS → Celestial → Eterno → Completo

O esquema acima mostra que o nosso Senhor proveu uma mensagem superior, um descanso superior e uma orientação superior a de Josué. Ao mostrar para a igreja hebreia a superioridade de Jesus, a Palavra de Deus nos convida a receber a mensagem de Cristo com fé, a obedecê-la, a ter um coração contrito, a ter a certeza de um descanso completo e a experimentar o poder vivificante da Palavra. Essas características nos levam a ter a consciência de que precisamos com urgência perseverar na mensagem uma vez recebida de Cristo. Relembrar esse conteúdo é garantir o bom movimento do fio condutor que perpassa o tema ao longo de todo trimestre: perseverança da fé. Não se distraia acerca dessa importância.

2. ITRODUÇÃO À LIÇÃO

Após expor a superioridade de Cristo sobre Moisés e Josué, o escritor de Hebreus passa a mostrar a superioridade de Cristo em relação ao ministério de Arão, e por consequência, toda a ordem levítica estabelecida na Antiga Aliança. Por isso, a lição desta semana tem três aspectos fundamentais: qualificação, serviço e importância teológica. Essas três esferas perpassam a revelação de nosso Senhor como verdadeiro sumo sacerdote conforme atestam estes versículos: “Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão. Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno” (Hb 4.14-16). Conforme apontado nestes três maravilhosos versículos, nosso Senhor é o sacerdote perfeito por excelência.

3. TÓPICO I
 U
M SACERDÓCIO SUPERIOR QUANTO À QUALIFICAÇÃO

1. Por representar melhor os homens diante de Deus.
a) A escolha do sumo sacerdote era entre os próprios pares (5.1).
b) Nesse aspecto, o argumento do autor de Hebreus segue no princípio de que Cristo é o Deus que humanizou-se entre os homens para tratar os homens.
c) Assim, diferentemente do sacerdócio araônico, só Cristo, por excelência, tem a condição de oferecer a verdadeira oferta a Deus em nosso favor: sua própria vida (4.14-16).

2. Por compreender melhor a condição humana.
a) Tenhamos atenção para a palavra “compadecer-se” (5.2,3). Do grego metriopatheia, e segundo o Dicionário do Novo Testamento Grego de Taylor, a palavra remonta à ideia de “moderação sentida nas paixões, isto é, na ira, na cólera”.
b) O que mostra que o sumo sacerdote sentiria pelo menos dois sentimentos ao oferecer sua oferta a Deus: (1) ira e tristeza pelo pecado praticado pelo povo; (2) misericórdia e compaixão que se manifestam nestas duas expressões usadas pelo comentarista da lição: “condoer-se ou compadecer-se dos ignorantes e errados” (v.2).
c) Para o escritor da epístola, só Cristo Jesus é digno de exercer esse sacerdócio em plenitude e sem cair nos extremos: Só odiar o pecado ou só ter compaixão do pecador.
d) À luz do ministério de Jesus, devemos refletir sobre a questão do exercício disciplinar em nossa igreja local.
3. Pela posição que exerceu.
a) O sumo sacerdote era diretamente chamado por Deus no Antigo Testamento (5.4).
b) A palavra “honra”, aqui, tem o sentido de cargo ou posição. Sim, a ideia é destacar  quão honroso e importante era o ministério sacerdotal conforme estabelecido por Deus em Israel.
c) Arão e seus filhos foram o núcleo escolhido para exercer tão nobre missão sumo-sacerdotal (Êx 28.1; Sl 105.26).  
d) Mas nosso Senhor era em tudo superior quanto a qualificação de seu ministério, tendo em vista, que o Senhor Jesus não foi separado na Terra para executar sua tarefa, mas enviado diretamente do próprio Deus para cumprir a missão de salvar os homens de seus pecados.

Síntese do tópico: Não há, e nunca houve no mundo, alguém que represente melhor o ser humano diante de Deus que nosso Senhor Jesus. Ele conhece a verdadeira condição humana porque imergiu nela a fim de dar a devida solução para suas mazelas. Por isso o ministério de Jesus é superior em qualificação ao ministério de Arão e da Ordem Levítica.

4. TÓPICO II
 UM SACERDÓCIO SUPERIOR QUANTO AO SERVIÇO

1. Pela realeza e o propósito pelo qual viveu.
a) Os Salmos 2.7 e 110.4 fazem a devida fundamentação acerca da filiação divina e da realeza do sacerdócio de Jesus.
b) Devemos ressaltar que o Messias que os judeus aguardam até hoje é de natureza político-religiosa.
c) Entretanto, segundo os dois salmos, Jesus é o Messias que os cristãos reconhecem como o Filho de Deus, divino, não somente humano; eterno, não finito.
d) Todavia, é importante esclarecer que o “messianismo” de Cristo tem sim um caráter de manifestação político-religiosa. Isso é muito claro quando estudamos as Doutrinas das Últimas Coisas.
e) Quando do seu retorno glorioso com a Igreja para estabelecer o Milênio, o Messias aguardado por Israel colocará em ação um governo de natureza político-religiosa em todos os sentidos, conforme os últimos capítulos do livro do Apocalipse.
2. Pela vida santa que possuía.
a) Intercessão, compaixão, oração e súplica são qualidades que deviam estar presente em um verdadeiro sumo sacerdote.
b) A imagem do Getsêmane (Mc 14.33-36) é bem significativa quando ao caráter de vida santa e piedosa do nosso Senhor.
c) O Senhor Jesus é o grande modelo para uma vida piedosa, santa e que se compadece do pecador. Aqui, devemos fazer uma reflexão sincera quanto ao nosso caráter de vida piedosa. Como ele se encontra? Suas aulas têm sido ungidas? Suas pregações têm sido “lógica pegando fogo”?
d) Aqui gostaria de citar um trecho do livro de um grande homem de Deus, Leonard Ravenhil: “Irmão, nós poderíamos ter a metade da capacidade intelectual que possuímos se fôssemos duas vezes mais espirituais. A pregação é uma tarefa espiritual. Um sermão gerado na mente só atinge a mente de quem o ouve. Mas gerado no coração, chega ao coração. Um pregador espiritual, sob o poder de Deus, produz mentalidade espiritual para seus ouvintes. A unção não é uma pombinha mansa esvoaçando à janela da alma do pregador; não. Pelo contrário; temos de batalhar por ela e conquistá-la. Também não é algo que se aprenda; é bênção que se obtém pela oração. Ela é o prêmio que Deus concede ao combatente da fé, que luta em oração, e consegue a vitória. E não é com piadinhas e tiradas intelectuais que se chega à vitória no púlpito, não. Essa batalha é ganha ou perdida antes mesmo de o pregador pôr os pés lá. A unção é como dinamite. Não é recebida pela imposição de mãos, nem tampouco cria mofo se o pregador for lançado numa prisão. Ela penetra e permeia a alma; abranda-a e tempera-a. E se o martelo da lógica e o fogo do zelo humano não conseguirem quebrar o coração de pedra, a unção o fará” (Por que tarda o Pleno Avivamento? Editora Betânia, p.16,17).
e) Aqui, só trocar a palavra “pregador” pelo “professor de Escola Dominical” e a urgência por uma vida piedosa e ungida faz todo sentido.

3. Pela submissão que demonstrou.
a) A vida de temor piedoso e reverente de Jesus o conduziu a suportar o sofrimento na execução da obra expiatória e vicária em favor de todo ser humano.
b) O propósito pelo qual Jesus viveu uma vida santa e piedosa aponta a superioridade do seu serviço em relação à ordem levítica. Esse propósito nos constrange também a viver uma vida de temor piedoso e reverente diante de Deus.

Síntese do tópico: Uma vida santa e submissa a Deus demonstrou o propósito da realeza divina no ministério de Jesus.

5. TÓPICO III
 UM SACERDÓCIO SUPERIOR QUANTO À IMPORTÂNCIA TEOLÓGICA

1. Uma doutrina transcendente.
a) A doutrina do sacerdócio de Cristo Jesus é transcendente. Embora contenha uma complexidade teológica, essa doutrina é essencial para o verdadeiro viver cristão.
b) Não compreender essa doutrina acarretaria inanição espiritual, imaturidade da fé.
2. Uma doutrina essencial.
a) A doutrina do sacerdócio de Cristo é o âmago da fé cristã, pois nela está fundada a doutrina do sacrifício vicário de Cristo pelos pecadores.
b) Essa doutrina nos traz substância na fé e robustez espiritual. Assim, a indolência, o desânimo e a fraqueza perdem completamente o terreno.

Síntese do tópico: A doutrina do sacerdócio de Cristo é o âmago da fé cristã. Ela nos traz robustez espiritual e substância de fé.

6. APLICAÇÃO DA LIÇÃO
1. Que o estudante dessa carta tenha consolo na alma, sabendo que Jesus Cristo, o verdadeiro sumo sacerdote, conhece a verdadeira condição humana. Ele nos conhece! Ele nos conhece!
2. Façamos o propósito, à luz do ministério de Jesus, viver uma vida santa e submissa a Deus.
3. Tenhamos a consciência de que os nossos pecados foram apagados na cruz. O sacrifício vicário de Cristo, exercido por meio de seu eterno e completo ministério sacerdotal, foi e é suficiente para apagar os nossos pecados: “dos seus pecados e iniquidade não me lembrarei mais” (Hb 10.17).




[1] Marcelo Oliveira de Oliveira é redator do Setor de Educação Cristã da CPAD; Bacharel em Teologia e Licenciado em Letras.