“A SUPREMACIA DE CRISTO”
LIÇÃO 2
UMA SALVAÇÃO GRANDIOSA
Marcelo Oliveira de Oliveira
1. RECAPITULANDO A LIÇÃO ANTERIOR. A paz do Senhor, caros irmãos! Como foi a semana? Espero que Cristo tenha
falado a vocês ao longo desses dias. Começaremos a aula de hoje recordando o
que vimos na semana passada. Quem pode mencionar um assunto importante da aula
passada? Ou um aspecto do conteúdo dado?
No
tópico 1 vimos questões de Autoria, Destinatário e Propósito da carta. Em
relação a autoria, constatamos que não havia unanimidade já na tradição
apostólica (Clemente
de Roma, Clemente de Alexandria, Orígenes, Tertuliano),
bem como na época da Reforma (com Martinho
Lutero e João Calvino), por isso, foi melhor manter a autoria da carta
sem identificação, uma atitude sábia da erudição bíblica. Quanto ao
destinatário, o público é formado de cristãos judeus, localizado provavelmente próximo
da região de Roma, que dava indícios de desânimo e enfraquecimento espiritual.
Por isso, o propósito da carta é exortar e animar os cristãos a não
retrocederem na fé.
No tópico 2, a superioridade da
Palavra de Cristo em relação a dos profetas. Vimos que nosso Senhor, diferente dos profetas, é a
plena revelação de Deus “nestes últimos dias”.
No
tópico 3, foi destacado a superioridade de Cristo em relação aos anjos.
Jesus é apresentado superior aos anjos em natureza e essência, ou seja,
diferente deles, Cristo é o reflexo da glória de Deus e possui a mesma essência
divina. Este assunto é muito importante para a lição de hoje.
2. INTRODUÇÃO
À LIÇÃO. Qual é a importância da salvação para a sua vida?
Você dá o devido valor ao assunto? Ou se encontra em certa letargia isto
é, “estado de profunda e prolongada inconsciência que resulta na incapacidade
de reagir e expressar emoções” e negligência diante da
questão?
Como
estudamos na semana passada, o autor de Hebreus estava preocupado com a vida
espiritual do público a quem dirigiu sua epístola. Por isso, nesta aula,
veremos que ele apresenta a Salvação como uma dádiva gloriosa, de valor
incalculável. Logo, todo crente alcançado por ela deve atentar para essa dádiva
com muita seriedade a fim de não “desviar” e “perder o rumo” da jornada. E,
para isso, a única forma de o crente não ser “desancorado” e “lançado em alto
mar” é “ancorar” o seu barco no porto seguro, Cristo Jesus.
I – UMA SALVAÇÃO GRANDIOSA
(vv.1-4)
§
- Podemos dividir o capítulo 2 de Hebreus em três blocos: vv.1-4, a grandiosa
salvação anunciada por Cristo, proclamada pelos apóstolos e confirmada pelo
Espírito Santo; vv.5-9, a necessidade da salvação mediante ao padecimento do
Redentor; vv.10-18, a eficácia da salvação media a paixão e glorificação de
Jesus.
1. TESTEMUNHADA
PELO SENHOR. “Convém-nos atentar, com mais diligência, para as coisas que já
temos ouvido” (v.1), diz o autor da carta. O que “temos ouvido” é a verdade da
salvação, ou seja, para essa verdade é que devemos atentar com diligência ou “com mais firmeza” (ARA) ou “mais
assiduamente” (TB). A ideia aqui é a de que é preciso fazer esforço para o
cristão não desviar das “verdades ouvidas” (v.1). E a que se refere essas
verdades ouvidas? “À revelação de Deus em seu Filho, sobre a salvação (cf. 2.3a)”,
ou seja, a doutrina da fé apostólica (ARRINGTON; STRONSTAD, 2003, p.1549). No
versículo dois, o escritor introduz uma comparação entre a Antiga Aliança
(intermediada pelos anjos) e a Nova Aliança mediada por Jesus Cristo. Por isso,
o capítulo dois começa com a expressão “portanto” (v.1), a fim de interligá-lo
ao primeiro capítulo que reflete a incomparável supremacia de Cristo em relação
aos profetas e aos anjos. Estes, são criaturas inferiores a Cristo, mas assim
mesmo “toda transgressão” e “desobediência” praticadas no Antigo Pacto foram
retribuídas com juízo rigoroso. Ora, se nesse pacto quem quebrava os preceitos
era punido, “que castigo merecia quem ultrajava a Nova Aliança, que em tudo era
superior?” (Lições Bíblicas Adultos Professor, p.13).
2. PROCLAMADA PELOS QUE A OUVIRAM. A
Salvação foi proclamada, em primeiro lugar, pelo Senhor Jesus. Depois
“confirmada pelos que a ouviram” (v.3). A expressão “confirmada” traz a ideia
de uma transmissão segura, confiável. Ora, quem transmitiu a mensagem de salvação
proclamada pelo Senhor Jesus? Os apóstolos. Daí o surgimento da tradição
apostólica. Embora, como tudo indica, o escritor de Hebreus não tenha sido uma
testemunha ocular de Jesus, “as verdades” que ele recebeu são seguras e
autênticas. Assim, “a mensagem apostólica era essencialmente a mesma Palavra de
Deus” e serve como “o fundamento da nossa fé” (LBP, p.14).
3. CONFIRMADA PELO ESPÍRITO SANTO.
Além de ser anunciada pelo Senhor Jesus e confirmada pelos apóstolos, a
mensagem de Salvação foi confirmada pelo Espírito Santo, por intermédio dos
sinais, milagres e maravilhas, e dos dons distribuídos pelo Espírito à Igreja.
Isso significa que a salvação proclamada por Cristo e pelos apóstolos, bem como
confirmada pelo Espírito Santo, é uma dádiva oriunda do próprio Deus e, por
isso, devemos levá-la muito a sério. Por isso, a Salvação é grandiosa.
II – UMA SALVAÇÃO NECESSÁRIA (vv.5-9)
1. POR
INTERMÉDIO DA HUMANIZAÇÃO DO REDENTOR. Analisamos a primeira seção de
versículos do capítulo dois, vv.1-4, agora passamos a analisar a segunda seção,
vv.5-9. O escritor de Hebreus faz uso do Salmo 8.4-6 para mostrar a
inferioridade do homem em relação aos anjos (v.5), entretanto, a humanização de
Jesus abriu o caminho para restaurar a humanidade por meio da cruz.
2. POR
MEIO DO SOFRIMENTO DO REDENTOR. Não era nada fácil para um judeu a ideia de um
“Messias Sofredor”. Até hoje eles têm uma visão distorcida a respeito do
verdadeiro Messias. Mas o escritor continua a mostrar a partir do Salmo 8, que
nos limites da condição humana, nosso Senhor foi feito “menor que os anjos”
quando revelou-se como o verbo encarnado em seu ministério terreno cf. Fp
2.5-8: “De sorte que haja em vós o mesmo
sentimento que houve também em Cristo Jesus, que,
sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus.
Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante
aos homens; e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo,
sendo obediente até à morte e morte de cruz”. Porém, o objetivo era
o de experimentar o sofrimento dos homens e prover a libertação deles.
3. POR
INTERMÉDIO DA GLORIFICAÇÃO. Por meio desse sofrimento nosso Senhor foi “coroado
de glória e de honra, […] para que, pela graça de Deus, provasse a morte por
todos” (v.9) cf. Fp 2.9-11: “Pelo que também Deus o
exaltou soberanamente e lhe deu um nome que é sobre todo o nome, para que ao
nome de Jesus se dobre todo joelho dos que estão nos céus, e na terra, e
debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para
glória de Deus Pai”. Assim, o escritor finaliza a segunda seção da
epístola. Ele mostra que o sofrimento de Jesus resultou em glorificação da qual
somos participantes, pois Seu sofrimento era para que Ele “provasse a morte por
todos”. Que benefício glorioso e inaudito nós temos em Cristo! Quando
experimentarmos o sofrimento, lembremos do “peso eterno de glória” que a nossa
“leve e momentânea tribulação” (2 Co 4.17) produz, pois tal comparação entre
tribulação terrena e glória celestial, feita pelo apóstolo Paulo, traz consolo
e ânimo para a nossa jornada diária. Por isso, a Salvação é Necessária.
III – UMA SALVAÇÃO EFICAZ (vv.10-18)
1. A VITÓRIA SOBRE O DIABO. O Diabo, nosso adversário,
escraviza os homens mortos em pecado por meio de seu “Império da Morte”. Assim,
o ser humano estava condenado à servidão eterna devido ao medo da morte
(vv.14,15). Nesse sentido, o escritor mostra o método da grandiosa obra de
Salvação: a morte de Cruz. Nosso Senhor sofreu e morreu para que, por
intermédio da Cruz, o Diabo fosse destronado de seu império e, assim,
tivéssemos garantida a vitória sobre o poder das trevas: “E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente
e deles triunfou em si mesmo” (Cl 2.15).
2. VITÓRIA
SOBRE A MORTE. Por meio do pecado a morte entrou no mundo. Segundo as
Escrituras, a morte é a consequência direta do pecado (Rm 6.23). Porém, em
Romanos 6.23, vemos que a vida eterna é a consequência direta de Cristo, isto
é, um dom gratuito de Deus. Nosso Senhor subverteu a tragédia da morte,
dando-nos esperança de vida eterna (1 Co 15.54-57; 1 Ts 4.15,16). Nele, que
venceu e subverteu a morte, temos a vida eterna.
3. VITÓRIA
NA TENTAÇÃO. No versículo 17, pela primeira vez, aparece a expressão “sumo
sacerdote”, uma imagem que aparecerá muitas vezes ao longo da carta. Ao usar
essa expressão, a intenção do autor é destacar a humildade e a fidelidade de
nosso Senhor no momento em que passamos pela provação da tentação. Esta nos
“tenta” fazer retroceder no caminho. Tenta nos iludir a “desancorar” o nosso
“barco” do porto seguro. Ao se humilhar, tomando forma de ser humano, nosso
Senhor nos socorre na tentação. Assim, somos encorajados a não desistir, a não
pecar, a não desviar do rumo. Cristo sabe que não é fácil. Cristo sabe que
teremos tribulação. Mas Ele nos socorrerá em momento oportuno (Hb 4.16). Por
isso, a salvação é eficaz.
IV – APLICAÇÃO DA Lição
Nesta
lição, vimos que (1) a seção de versículos 1-4 do capítulo 2 de Hebreus mostra
que a obra de salvação é grandiosa
porque ela foi testemunhada pelo nosso Senhor, proclamada pelos apóstolos e
confirmada pelo Espírito Santo. Na (2) seção vv.5-9, compreendemos que obra de
salvação é necessária por intermédio da “encarnação” do Redentor, de seu
sofrimento e glorificação. Por fim, (3) na seção vv.10-18 a obra de salvação é
eficaz porque nosso Senhor destronou o Diabo de seu império, venceu a morte e a
tentação. Assim, podemos destacar as seguintes aplicações:
1. A
grandiosidade da salvação anunciada por Cristo deve nos constranger a
valorizá-la.
3. A
grandiosidade da salvação confirmada pelo Espírito Santo deve nos constranger à
disciplina espiritual e à vivência imersa no Espírito.
4. A
necessidade da salvação deve nos lembrar que somos “pó” e “cinza”.
5. A
necessidade da salvação deve nos lembrar o padecimento e sofrimento de Jesus.
6. A
necessidade da salvação deve nos lembrar que o nosso Senhor foi glorificado e,
por isso, temos a vida eterna.
7. A
eficácia da salvação nos traz segurança, pois em Cristo, o Diabo já foi
vencido.
8. A
eficácia da salvação nos traz esperança, pois em Cristo, a morte foi derrotada.
9. A
eficácia da salvação nos traz alento na provação, pois em Cristo, somos
socorridos.
10. Alegremo-nos
por tão grande salvação!
2 comentários:
Valeu Marcelo. Obrigada pelo estudo. Pra mim é difícil ir a noite. Um excelente apoio ao nosso estudo.
Parabéns Pastor Marcelo pelo estudo da lição:um excelente estudo e ensinamento que ajudará em muito a nós professores. Que Deus continue lhe abençoando e lhe dê muita sabedoria para continuar com esses estudos.
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