Marcelo Oliveira de Oliveira
Hoje, 18 de Junho, comemoramos 104 anos
de Assembleia de Deus no Brasil. A minha maneira de comemorar essa data é
comentando uma recente pesquisa elaborada pelo cientista da religião Gedeon Freire
de Alencar, publicada na Revista Reflexus
(Ano VIII, n.12, 2014/12) ― uma revista especializada da Faculdade Unida, ES.
“Hoje diversos pastores assembleianos
têm formação universitária. Quem são essas pessoas? O que pensam sobre os temas
doutrinários e institucionais internos da denominação e também sobre os problemas
externos que dizem respeito à sociedade em que vivem” (p.3): É o que pretende
responder o pesquisador.
Nós, membros da Assembleia de Deus no
Brasil, e de seus respectivos ministérios, precisamos compreender o “caráter
continental” e plural da nossa denominação, respondendo às perguntas diretas,
sem rodeios e honestas. Isso não significa elogio à pesquisa do doutor Gedeon,
pois não podíamos esperar outra coisa de sua pena ― obras como “Protestantismo
Tupiniquim”, “Assembleias de Deus” e “Matriz Pentecostal Brasileira” dão conta
da seriedade e da competência do pesquisador. A questão é o que os ministros da
Assembleia de Deus poderão fazer com informações que pretendem descortinar a
realidade e a práxis ministerial de nossa igreja?
O público da pesquisa de Gedeon Freire
de Alencar é formado por um universo de pessoas com o ensino superior completo,
oriundo de diversas regiões do Brasil. Como a pesquisa foi feita via internet,
a amostra da diversidade da denominação no país está garantida. Esses pastores
são oriundos de diversas convenções regionais e estaduais ligadas às duas
principais convenções nacionais: CONAMAD (Assembleia de Deus em Madureira) e
CGADB (Assembleia de Deus da Missão); bem como convenções e ministérios
autônomos e igrejas assembleianas diversas que reúnem pastores assembleianos
independentes.
Entretanto, o pesquisador menciona um
problema que pode mostrar um ponto fraco da pesquisa: é possível as perguntas
terem sido respondidas por não-pastores assembleianos e sem formação de Ensino
Superior. Todavia, o autor contrapõe essa dificuldade com a seguinte reposta: “com
ou sem a titulação ‘pastor assembleiano’ ou o grau universitário, uma pessoa de
fora desta igreja (sem conhecimento interno do funcionamento de suas estruturas,
de sua história e teologia) não conseguiria responder, pois as questões pedem
um conhecimento quase ‘esotérico’. Ademais, o questionário foi montado de forma
que sem responder alguma pergunta não se podia avançar; ou seja, todas tinham
respostas obrigatórias” (p.6). Como toda pesquisa científica que se preza, a
informação completa e honesta deve ser repassada ao leitor, tanto o seu ponto
positivo quanto o seu ponto negativo.
Em suma, a pesquisa está dividida em
quatro grandes blocos: questões pessoais, doutrinárias, institucionais,
políticas e sociais. Com respostas graduais que variam em absolutamente a favor, a
favor, indiferente, contra e absolutamente contra.
Por isso, ser importante a os ministros
e demais membros de nossa instituição acessar as informações dessa pesquisa,
pois conhecê-las, entendê-las e pensá-las é necessário para propormos novos
passos em cada universo local em que a nossa congregação estiver alocada. Sem
dúvida, as informações do pesquisador Gedeon Alencar têm muito a nos
acrescentar ministerialmente, culturalmente e institucionalmente.
Para acessar a íntegra da pesquisa,
Clique aqui: Pastores assembleianos na Universidade: A Polissemia assembleiana da Terceira Geração Pastoral.
Rio de Janeiro, 18 de Junho de 2015.
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