Para mim, a teologia da Missão
Integral é parte das minhas reflexões teológicas, pois foi o meu tema de
monografia na faculdade, sob a orientação do Dr. Nelson Célio de Mesquita da
Rocha. De modo que me sinto a vontade em falar sobre o manifesto do movimento
Missão na Íntegra, assinado por Ariovaldo Ramos, Ed René Kivitz, Ricardo Bitum
e outros.
A íntegra do Manifesto está aqui.
A íntegra do Manifesto está aqui.
Cabe ressaltar, em primeiro lugar, que
a teologia da Missão Integral remonta o Pacto de Lausanne. Um documento
relatado por John Stott e aprovado pela maioria das igrejas evangélicas
presente no primeiro Congresso Internacional de Evangelização Mundial em 1974,
na Suiça – inclusive pelas Assembleias de Deus no Brasil, que enviou o pastor
Alcebíades dos Vansconcelos e publicou o documento de Lausanne pela CPAD.
O documento reflete uma leitura
simples das Escrituras em relação a prática missionária. Ora, a Igreja não pode
fazer missões, ignorando o contexto social em que está inserida. Por isso, não
pode haver dualidade na prática missionária, pois “o ide e pregai o Evangelho”
não suplantou o “amai o próximo como a ti mesmo”. A partir de uma leitura
legítima dos profetas do Antigo Testamento, dos Evangelhos e dos ensinos apostólicos
foi possível estabelecer uma doutrina de orientação social para a Igreja
Evangélica.
Nesse aspecto, a TMI não tem o
marxismo como referencial teórico. Para muitos teólogos, a TMI chega até ser
ingênua, pois a sua leitura é simples, não sendo possível encontrar qualquer
estrutura complexa de interpretação como a Teologia da Libertação. Na TMI, a
inspiração das Escrituras é ratificada, o conceito de salvação e pecado é
preservado. Entretanto, nada disso impede que seus proponentes deixem de ser
isentos e assumam um lado da história para perder a sua capacidade profética.
Foi o que fizeram Ariovaldo Ramos, Ed René Kivitz, Ricardo Bitum e outros.
O manifesto da liderança da Missão na
Íntegra é vergonhoso em todas as dimensões. Ali, está presente a dissimulação
da teologia. Sim, é possível dissimular na teologia e com a leitura do
Evangelho. Foi isso que esse manifesto fez. É uma grande ironia: aqueles que
sempre criticaram a igreja evangélica pela sua letargia, agora se mostram
letárgicos e dissimulados. É incrível a perda da capacidade da isenção e da
denúncia!
O movimento da Missão na Íntegra vem perdendo essa capacidade há muito, desde que um de seus maiores expoentes, Ariovaldo Ramos, por intermédio do seu projeto Visão Mundial, sentou no Palácio do Planalto e disse amém para aquele governo. O problema não foi dizer amém para o governo do PT, o problema foi dizer amém para um governo. Ariovaldo Ramos vem cometendo o mesmo erro da maioria das lideranças evangélicas brasileiras: sentando com o poder, negociando e acordando com ele. Enquanto isso, seus companheiros assistem tudo calados.
O movimento da Missão na Íntegra vem perdendo essa capacidade há muito, desde que um de seus maiores expoentes, Ariovaldo Ramos, por intermédio do seu projeto Visão Mundial, sentou no Palácio do Planalto e disse amém para aquele governo. O problema não foi dizer amém para o governo do PT, o problema foi dizer amém para um governo. Ariovaldo Ramos vem cometendo o mesmo erro da maioria das lideranças evangélicas brasileiras: sentando com o poder, negociando e acordando com ele. Enquanto isso, seus companheiros assistem tudo calados.
2 comentários:
Amado, a Paz do Senhor,
Faltou dizer a que o documento se refere, e onde está postado a internet para que possamos le-lo. Fiquei curioso.
Caro pastor Adilson,
Paz e Bem!
Atualizei o link do manifesto no texto.
Grande abraço!
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