Por Marcelo Oliveira de
Oliveira
O amor cristão deve se manifestar em todo ambiente
que demanda o relacionamento humano. Principalmente nos círculos cristãos.
Naturalmente, o amor de Cristo não é nem pode ser de viés obrigatório, pois
amor compelido não é verdadeiro. Este é voluntário, espontâneo e não espera de
ninguém nada em troca.
O amor demonstrado por Jesus designa-nos a sermos
um e somente um corpo com Ele. À luz desse amor podemos destacar alguns
desdobramentos do relacionamento humano-cristão de funcionário para o patrão e
de patrão para funcionário.
Enquanto funcionários de uma empresa, nossa real
motivação deve ser a do respeito. Somos chamados a viver uma dimensão de
serviço a Deus e também aos homens. De sorte, não há como honrar a Deus se a
minha dimensão relacional com os homens de autoridade está confusa ou quebrada.
É impossível viver um dualismo entre “servir a Deus” e “não servir o próximo”.
O discípulo de Jesus é outorgado a
fazer o bem e a desenvolver-se no que faz, não somente por causa do patrão, mas
acima de tudo por Cristo e pela autonomia da própria consciência. Aí se revela
a plena realização humana! Pois patrão e funcionário têm um mesmo Senhor, não havendo
favoritismo de Deus nessa relação. O mesmo Senhor auxilia o patrão e o
funcionário. Fazendo de ambos, irmãos.
Ao patrão, o que pensar sobre o que a Palavra de
Deus diz a respeito da tua relação com o teu funcionário? Certa feita o nosso
Senhor disse que no mundo gentílico o mais forte subjugar o mais fraco era perfeitamente
normal. Mas entre nós, não! Entre nós não poderia, e nem pode!, ser assim. No
meio dos cristãos o amor mútuo dos irmãos é o que deveria sobrepujar. Cada qual
exercerá o seu próprio papel, seja na função de patrão ou na de funcionário.
Afinal de contas, hoje você é o patrão, mas amanhã poderás se tornar um
funcionário.
O patrão portador de uma consciência cristã deve ao
seu funcionário um tratamento digno. De um colaborador. Não o da concepção selvagem
e descartável do Capitalismo onde o empregado não passa de uma peça que pode a
ser descartada a qualquer momento. Mas de uma consciência do Evangelho onde o
ser humano é a imagem de Deus e duas pessoas ligadas ao Pai através de Cristo
são igualmente dignas. O patrão, no empreendimento; o funcionário na atividade
regular. Nesta perspectiva, o funcionário é parceiro, não inimigo; o
funcionário quer crescer com o empreendimento, não decrescer; o funcionário é
investimento, não gasto; O funcionário é colaborador, não empregado. O
empresário cristão tem ter a mente de Cristo.
Ambos, patrões e funcionários, não podem se esquecer:
“Sujeitai-vos um ao outro em amor”. A qualquer tempo e em toda dimensão
profissional, seja ou não de orientação cristã.
A Epístola de Tiago é um grito do Novo Testamento
contra a injustiça contra o funcionário, a exploração econômica e toda sorte de
males que “os ricos deste mundo”, crentes ou não, poderiam evitar se assumissem
a consciência que emana do Evangelho: a de ter fome e sede de justiça.
Texto extraído e adaptado da revista “Ensinador Cristão”, ano 15, Nº 59, CPAD, p.42.
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